sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre."
Caio Fernando Abreu

Eu falho, nós falhamos (e como!). Colocamos expectativas demais em cada ato, esperamos vitórias e o orgulho de quem amamos sempre. E o que acontece? A esperança desaparece quando erramos ou nos omitimos em algo que tinha a obrigação de dar certo.
          Nós humanos acumulamos muitos vícios em vida. Mas o maior - e indiscutivelmente incurável - dentre todos se chama ESPERANÇA. Realmente não é clichê: ela é a última a morrer. Até mesmo nos últimos instantes, em cada cantinho de nossa mente e de nosso coração, a dita cuja está ali, sendo alimentada por um desejo incontrolável de que tudo funcione. E é aí onde mora o erro.
          Desejamos tudo aquilo que nossos braços puderem abraçar - e mais além: desejamos o infinito! Muitas vezes, cobramos demasiadamente de nós mesmo, arriscamos todo o poder de nossa capacidade e quando a derrota chega, o fracasso corrói L E N T A M E N T E cada mínima parte da auto-estima que ainda resta.
          Começar do zero não é a parte mais difícil, definitivamente. A verdadeira dor é a de decepcionar: ver que quem gosta da gente se perde no próprio olhar e não consegue articular uma palavra; é se dar conta de que eles fizeram e continuam fazendo tudo por nós, sem que possamos retribuir à altura.
           De qualquer modo, de mãos atadas, não resta alternativa: temos que seguir a diante sem olhar para trás.
         "Sem revolta, ela aceitava. E chorava pela perdição de aceitar o que não pode ser modificado." Caio Fernando Abreu