sábado, 1 de outubro de 2011



"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade." Mário Quintana



          Hoje se inicia um novo mês, uma nova esperança. Por que, então, não falar sobre renovação, ou melhor, felicidade?
          Todos sabemos que, cada um de nós, caro leitor, é feliz de alguma forma. E o ser humano, tão frágil que  é, se encontra submisso a essa força maior: a sede de felicidade. Acredito fielmente que um texto é mais do que um conteúdo narrativo, lúdico, informativo ou qualquer coisa do gênero; por isso me atrevo a trocar informações e sentimentos com quem estiver lendo estes textos. Com base nisso, digo-lhes (e acabo por desabafar) que sou um tanto paradoxo: 'Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo', citando Caio Abreu, e ao mesmo tempo posso ser feliz com tão pouco.
           Para mim, é mais importante sentir do que ter - reunir amigos, encontrar alguém que me deixa saudades, relembrar momentos, sorrir e fazer o outro sorrir, amar e ser amado... Isso é o que mais importa. Destacar esse tipo de coisa se torna cada mais essencial nesse mundo de cobiça, promiscuidade e hipocrisia: quantas pessoas se satisfazem com aquilo que é banal e acabam se perdendo nessa busca pela felicidade?
            Pensando nisso, resolvi listar alguns fatores em um pequeno guia, que talvez possa nos ajudar a encontrar a verdadeira felicidade:
Ela dificilmente estará nas roupas de marca, nas jóias, nos perfumes, no status ou em qualquer coisa relacionada ao glamour e bens materiais. Lembre-se de que a estética é efêmera e passa num piscar de olhos.
Olhe para dentro de si. Perceba o que ou quem te faz abrir um sorriso sincero.
Dê valor e atribua sentimentos a essas coisas/pessoas. Esteja perto, abrace e se deixe abraçar, converse, discuta porém ouça e perdoe!
"Seja alguém simples. Seja algo que você ama e entende. Esqueça o resto, tudo que você precisa está na sua alma... e em seu coração." ¹
           A verdade é que ser feliz não segue regras, assim como a vida não possui um manual de instruções. Acordamos, sobrevivemos, lutamos, quebramos a cara, descobrimos que não existe um destino final chamado FELICIDADE, e por fim aprendemos que ela é somente um estado de espírito, algo que temos que buscar em cada mínimo detalhe.


1) Citação de Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre."
Caio Fernando Abreu

Eu falho, nós falhamos (e como!). Colocamos expectativas demais em cada ato, esperamos vitórias e o orgulho de quem amamos sempre. E o que acontece? A esperança desaparece quando erramos ou nos omitimos em algo que tinha a obrigação de dar certo.
          Nós humanos acumulamos muitos vícios em vida. Mas o maior - e indiscutivelmente incurável - dentre todos se chama ESPERANÇA. Realmente não é clichê: ela é a última a morrer. Até mesmo nos últimos instantes, em cada cantinho de nossa mente e de nosso coração, a dita cuja está ali, sendo alimentada por um desejo incontrolável de que tudo funcione. E é aí onde mora o erro.
          Desejamos tudo aquilo que nossos braços puderem abraçar - e mais além: desejamos o infinito! Muitas vezes, cobramos demasiadamente de nós mesmo, arriscamos todo o poder de nossa capacidade e quando a derrota chega, o fracasso corrói L E N T A M E N T E cada mínima parte da auto-estima que ainda resta.
          Começar do zero não é a parte mais difícil, definitivamente. A verdadeira dor é a de decepcionar: ver que quem gosta da gente se perde no próprio olhar e não consegue articular uma palavra; é se dar conta de que eles fizeram e continuam fazendo tudo por nós, sem que possamos retribuir à altura.
           De qualquer modo, de mãos atadas, não resta alternativa: temos que seguir a diante sem olhar para trás.
         "Sem revolta, ela aceitava. E chorava pela perdição de aceitar o que não pode ser modificado." Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 9 de março de 2011

“E mesmo sorrindo por aí, cada um sabe a falta que o outro faz.” CaioFAbreu

               Saudade... Ah, a saudade! Como defini-la? Nem eu o sei bem. Acredito que se trata daquela força esmagadora por dentro, aquele vazio que só se preenche na presença daquele cuja falta é sentida; aquele sentimento de carne viva, de ferida incicatrizável; a força motriz do que se chama de nostalgia. Será que ter crises de nostalgia é comum entre as pessoas? Pois para mim, no meu interior, isso é uma constante. Aquela brisa que vai e volta e traz consigo um flashback que me dói de maneira absurda. Espero que o senhor leitor nunca a tenha sentido, assim nunca saberá o que é sentir desespero por causa de simples lembranças.
                  A nostalgia se revela cada vez mais cruel comigo: sussurra no meu ouvido todas as noites, como se me cobrasse por algo que deveria ter feito. (‘Ah, se o arrependimento matasse! ’ Entendo perfeitamente aquele que criou esse clichê). Muita vontade de voltar no tempo, eis o que sinto com frequência. Pessoas dizem para focar no presente, mas o desejo de viver tudo de novo e mudar os rumos da história é infinitamente maior. Afinal, se assim fosse, o presente seria outro. Melhor, acredito eu.
             O passado volta para me assombrar, quer que eu volte a ele, me traz a imagem de pessoas queridas que se foram e que não voltam mais. É bom recordar-se com carinho de quem se ama, mas é injusto pensar que será sempre assim: essa sede insaciável, esse silêncio que afoga por dentro e o coração batendo baixinho, querendo parar.
               Se posso ousar em dar um conselho àqueles que leem essas palavras, digo-lhes: Dê valor às coisas mais simples da vida, ame intensamente os que estão ao seu redor, espalhe felicidade, seja luz na vida de alguém. O tempo é ínfimo, tudo se perde um dia. Liberte-se, antes que o monstro nostálgico acabe por te dominar.
Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis.” CaioFAbreu

                   Pessoas, fatos, acontecimentos, hipóteses, dúvidas, medos...  É isso o que resta na mente de um insone.  Tenho plena certeza do que digo, pois deste assunto entendo perfeitamente. São essas incertezas plainando na minha cabeça, pequenos pregos sendo martelados aqui, sussurros no meu ouvido o tempo todo... Dirá o senhor, caro leitor: “Ora, trata-se de insônia ou esquizofrenia?” Respondo-lhe: ”Um pouco dos dois.”.
           Digamos que uma se completa na outra. A insônia mantém meus olhos assustadoramente arregalados de forma que vagam, perambulam no escuro procurando por respostas. A esquizofrenia... Bom, essa verdadeiramente me apavora e me estimula tanto ao mesmo tempo! Ela é a responsável por essa ânsia de escrever um texto a qualquer hora, essa busca infinita pelas palavras certas a fim de satisfazer a alma leitora e, assim, me satisfazer; aliviar essa agonia que sinto.
                 Solidão: deve ser essa a origem de tudo. Procuro algum significado conotativo para essa palavra, mas não encontro. Ela é tão subjetiva, tão ‘cada um com a sua’: Pode ser que ela não te dê medo, como me dá; pode ser que não a sinta, mas eu sinto... E como sinto!
              Vejo-me só a todo o momento, em qualquer circunstância. Desesperador, eu diria. Sempre aquela mesma sensação de precisar dizer algo, de desabafar, chorar, gritar... E não encontrar ninguém realmente capaz de ouvir. Como diria alguém muito especial para mim: “Parece que estou gritando em um vale de ecos.” Engana-se quem pensa que é qualquer ‘ouvir’. Faz-se necessário um ouvido especial, sincero, verdadeiro... E por fim, citando Caio Fernando: “Preciso de um colo que ninguém dá. Mas tudo bem.”.
          Por essas e outras me encontro aqui, redigindo como sempre sentimentos, pois sei que o papel continua sendo meu melhor amigo, confidente e ouvinte neste eterno gerúndio que é minha vida: sonhando, acordando, respirando, sentindo, escrevendo, continuando...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Só por hoje

Desenfreadamente, estou na tentativa constante de te ter. Não digo de forma exclusivamente física, mas na transcendental, espiritual, sei lá... Pretendo fazer com que simplesmente se lembre de mim, ainda que seja através das maneiras mais insignificantes; fazer com que você sinta o amor que tenho pra te dar e com que me ame nem que seja por um instante.
E assim, segundo a segundo, o dia chega ao seu final. Amanhã, farei tudo de novo. Quem sabe um dia não fico de vez no seu coração?


Não sei onde errei.
Por que tudo saiu dessa maneira?
Tentei ser diferente, tentei.
Lutei pra mudar, lutei.
Mas a realidade é que não consigo,
me tornei sinônimo de fracasso.
Sempre serei altruísta
e deixarei minha vida em segundo plano;
lhe darei se preciso for!
Matarei e morrerei por você.
Pena que você não terá entendido nada.
Pena que você vai pensar em todas as hipóteses,
menos a de que fiz tudo por amor.


A verdade é que tenho te preparado uns versos.
Revirei o baú das palavras
da minha mente e do meu coração
para que elas tocassem o teu.
E tenho que confessar, amor,
que todas me fugiram pois se esgotaram.
Só escrevo porque virou meu vício;
deixo a mão redigir qualquer coisa,
profunda ou superficial demais,
desde que esteja pensando em ti.